Os estudos sociais da ciência e da tecnologia, também  conhecidos como estudos sobre ciência, tecnologia e sociedade, constituem  actualmente um vasto campo de trabalho onde se pretende entender o fenómeno  científico-tecnológico em contexto social, tanto em relação com as suas  condicionantes sociais, como no que diz respeito às suas consequências sociais e  ambientais (Cerezo, 1998).  
    Este tipo de estudos sociais que surgiram a partir da  necessidade da regulação publica da troca de informações  científico-tecnológicas, teve origem na década de 70, surgindo a partir de novas  correntes de investigação empírica, no domínio da filosofia e sociologia.  
    Numa análise generalista, Cerezo (1998) refere que um  aumento do produto cientifico de um país, origina um desenvolvimento  tecnológico, que por sua vez melhora a riqueza e bem-estar social da nação em  causa. No entanto, Maxwell (1984; cit, Cerezo, 1998) adverte que esta visão  clássica só pode ser entendida correctamente se a ciência se afastar da  sociedade em questão, para procurar exclusivamente a verdade.  
    Neste tipo de relação ciência-tecnologia, não se pretende  entender isto como um produto ou actividade autónoma, que segue uma lógica  interna de desenvolvimento para o seu funcionamento óptimo, mas sim como um  processo ou produto inerentemente social, onde os elementos não-técnicos  (valores morais, convicções religiosas, interesses profissionais e pressões  económico-políticas) desempenham um papel decisivo na sua génese e consolidação.  

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